Prédios da Avenida Brigadeiro Faria Lima, na Zona Sul de São Paulo, onde o metro quadrado é cobiçado pelas construtoras — Foto: Reprodução/TV Globo
Prédios da Avenida Brigadeiro Faria Lima, na Zona Sul de São Paulo, onde o metro quadrado é cobiçado pelas construtoras — Foto: Reprodução/TV Globo

Operação ‘Carbono Oculto’, considerada a maior da história brasileira contra o crime organizado, mira lavagem de dinheiro e adulteração de combustíveis em oito estados

Em uma ação sem precedentes, autoridades brasileiras deflagraram nesta quinta-feira (28) a Operação Carbono Oculto, voltada a desarticular o esquema criminoso do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor formal da economia. A força-tarefa mobilizou cerca de 1.400 agentes públicos e ocorreu simultaneamente em oito estados: São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

A operação foi fruto da integração entre o Ministério Público de São Paulo, Polícia Federal, Receita Federal, polícias civis e militares, Agência Nacional do Petróleo (ANP) e secretarias estaduais da Fazenda. O objetivo foi desmontar uma rede sofisticada de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, adulteração de combustíveis e crimes ambientais.


Principais alvos e impacto financeiro

  • Foram cumpridos 315 mandados de busca, apreensão e prisão, envolvendo 350 alvos entre pessoas físicas e jurídicas.
  • O esquema atuava em mais de mil postos de combustíveis, que movimentaram cerca de R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024.
  • A Receita Federal estima que os tributos sonegados superaram R$ 7,6 bilhões, enquanto o fluxo financeiro ilícito ultrapassou R$ 23 bilhões.
  • Entre os bens bloqueados estão 141 veículos apreendidos, 1.500 veículos sequestrados, 152 imóveis, além de duas embarcações, R$ 300 mil em espécie e ativos em 21 fundos de investimento, totalizando bloqueios de mais de R$ 1 bilhão.

Estrutura do esquema e atuação na Faria Lima

O esquema operava também no coração financeiro do Brasil, a Avenida Faria Lima, em São Paulo, onde foram alvos 42 endereços de corretoras, fundos de investimento e instituições do mercado.

Empresas de fachada, fintechs e cadeias de transações fictícias eram utilizadas para dificultar a identificação da origem ilícita dos recursos. Em apenas uma fintech, estima-se que foram lavados mais de R$ 46 bilhões no período investigado.


Repercussão e importância da operação

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, classificou a ação como uma das maiores operações da história brasileira — e até mundial — contra o crime organizado, ressaltando o alto nível de integração entre os órgãos envolvidos.

A dimensão dos bloqueios, o número de alvos e o volume financeiro movimentado mostram a força da ofensiva, que reforça o protagonismo do Estado na luta contra a infiltração do crime organizado na economia formal.

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