Relatório aponta sinais de queimadura no equipamento e confissão do ex-presidente; decisão de prisão preventiva foi baseada em risco de fuga e violação de medida cautelar
Um relatório técnico da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal apontou que o ex-presidente Jair Bolsonaro tentou abrir a tornozeleira eletrônica que utilizava como parte de suas medidas cautelares. De acordo com o documento, o equipamento apresentava marcas de queimadura e sinais de violação em toda a circunferência. Bolsonaro admitiu ter usado um ferro de solda para tentar abrir o dispositivo.
Segundo os agentes responsáveis pelo monitoramento, o alerta de violação foi registrado durante a madrugada. A análise posterior revelou danos expressivos no compartimento de fechamento da tornozeleira, o que indicaria tentativa deliberada de rompimento. Em vídeo enviado às autoridades, Bolsonaro afirmou que a ação teria sido feita “por curiosidade”.
Diante da gravidade do episódio, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva do ex-presidente, justificando risco de fuga e descumprimento reiterado das medidas impostas pelo Supremo Tribunal Federal. A tornozeleira danificada foi substituída, e a defesa foi notificada a se manifestar no processo.
Bolsonaro estava em prisão domiciliar desde agosto de 2025, submetido a monitoramento eletrônico, recolhimento domiciliar em horários determinados e restrições de comunicação. A violação do equipamento deve reabrir discussões jurídicas e políticas sobre sua situação e os próximos desdobramentos do caso.