Foto / Ricardo Stuckert/PR
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Presidente brasileiro também falou sobre migração, pobreza, big techs e clima, além de destacar julgamento de Bolsonaro e homenagear Mujica e Papa Francisco

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu nesta terça-feira (23) a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, cumprindo a tradição de o Brasil ser o primeiro país a discursar. Em uma fala de cerca de 18 minutos, Lula abordou temas nacionais e internacionais, criticou políticas de sanções, defendeu a democracia e denunciou o que classificou como genocídio em Gaza.


Críticas às sanções e defesa da democracia

Sem citar nominalmente Donald Trump, Lula atacou as “sanções arbitrárias e unilaterais” impostas pelos Estados Unidos e afirmou que o multilateralismo vive “uma nova encruzilhada”.

Ele destacou ainda o julgamento histórico do Supremo Tribunal Federal (STF), que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro por atentar contra o Estado Democrático de Direito. Segundo Lula, não há pacificação sem justiça:

“Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis. Democracias sólidas vão além do ritual eleitoral: exigem redução das desigualdades e garantia dos direitos mais elementares.”


Migração, pobreza e igualdade de gênero

Lula comemorou a saída do Brasil do Mapa da Fome e afirmou que pobreza e desigualdade são inimigas da democracia. Ele criticou desigualdades de gênero e a xenofobia contra migrantes:

“A democracia falha quando as mulheres ganham menos que os homens ou morrem pelas mãos de parceiros. Ela perde quando fecha suas portas e culpa migrantes pelas mazelas do mundo.”


Big Techs e proteção à infância

O presidente citou os riscos e benefícios das big techs e destacou a legislação brasileira recente para proteger crianças e adolescentes no ambiente digital:

“A democracia também se mede pela capacidade de proteger as famílias e a infância.”


Genocídio em Gaza

Em um dos trechos mais duros, Lula classificou a situação em Gaza como genocídio e pediu que os países reconheçam a Palestina como Estado.

“Nada justifica o genocídio em curso em Gaza. Ali estão enterradas mulheres, crianças inocentes e também o direito internacional humanitário.”


América Latina e Cuba

O presidente falou sobre os desafios da América Latina, defendendo diálogo na Venezuela e paz no Haiti. Ele também criticou a inclusão de Cuba na lista de países que patrocinam o terrorismo.


Clima e COP30

Lula reforçou o papel do Brasil na COP30, que será realizada em Belém, e defendeu a criação de um conselho da ONU para monitorar compromissos climáticos: “Bombas e armas nucleares não vão nos proteger da crise climática. A COP30 será a COP da verdade.”


Homenagem a Mujica e Papa Francisco

No encerramento, Lula prestou homenagem ao ex-presidente uruguaio Pepe Mujica e ao Papa Francisco, lembrando-os como referências de valores humanistas. Ele concluiu com uma mensagem de esperança e coragem para enfrentar os desafios globais.

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