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Senador Canedo,25/04/2025

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Israel admite falhas, mas diz não ver evidência de execução em ataque a ambulância que matou 15 médicos

g1.globo.com
Israel admite falhas, mas diz não ver evidência de execução em ataque a ambulância que matou 15 médicos


Exército isralenese divulgou resultado de investigação sobre o caso neste domingo (20). Em março, 15 médicos em uma ambulância no sul de Gaza foram mortos a tiros. ONU acusou Israel de atirar contra ambulâncias em Gaza. Crescente vermelho divulga imagens de ataque de Israel a ambulâncias e carro de bombeiro
O Exército de Israel afirmou que a investigação conduzida sobre o ataque a uma ambulância em Gaza que matou 15 médicos não encontrou evidências de execução, apesar de admitir "falhas operacionais" e anunciar a demissão de um subcomandante.
Em relatório com as conclusões da investigação divulgado neste domingo (20), as forças israelenses também admitiram falhas no caso, mas alegaram que não houve tentativa de acobertar as mortes.
Os médicos, integrantes da Cruz Vermelha, foram mortos a tiros quando faziam uma ronda em ambulância no sul da Faixa de Gaza em 23 de março, e seus corpos foram encontrados em uma cova rasa.
Um vídeo gravado por um dos médicos mortos e que foi recuperado depois de seu celular mostrou que os médicos, uniformizados e em ambulâncias identificadas e iluminadas, foram alvejados quando pararam para prestar socorro em uma estrada (veja acima).
A ONU acusou Israel, que admitiu o ataque mas negaram que tenha sido proposital.
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Segundo o relatório das Forças Armadas divulgado neste domingo, houve "diversas falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar o incidente de forma completa". Como consequência, um oficial comandante será repreendido e um subcomandante, dispensado.
O relatório afirma ainda que a investigação não encontrou evidências que sustentem alegações de execução ou de que algum dos mortos tenha sido amarrado.
O porta-voz das Forças Armadas israelenses Nadav Shoshani alegou que as tropas abriram fogo contra veículos "sem sirenes ou sinais de emergência" que avançaram de forma suspeita contra os soldados e que havia terroristas no grupo.
Dias depois, o Exército israelense admitiu erros no caso.
No entanto, laudos de autópsia dos corpos dos médicos obtidos nesta semana pelo jornal americano "The New York Times" revelaram que as mortes ocorreram por disparos na cabeça ou no peito.
Veículo da ONU e outros foram enterrados junto a corpos de socorristas em vala comum, na Faixa de Gaza
Jonathan Whittall/UNOCHA
O Exército israelense relatou ainda que no dia da morte da equipe médica houve três incidentes, mas não especificou qual deles houve as mortes:
No primeiro, soldados dispararam contra um veículo identificado como sendo do Hamas;
No segundo, o subcomandante ordenou que as tropas abrissem fogo em veículos que se aproximaram do primeiro, e não reconheceu inicialmente que se tratava de ambulâncias devido à baixa visibilidade noturna;
No terceiro, soldados dispararam contra um veículo da ONU que teria violado regras e cometido erros operacionais, porém não especificou quais violações seriam essas.
A investigação israelense determinou que os disparos nos dois primeiros incidentes resultaram de um mal-entendido operacional, sustenta que a remoção dos corpos foi razoável dentro das circunstâncias no momento, mas que a decisão de destruir os veículos foi equivocada.
Ataque a ambulância em Gaza
O Crescente Vermelho Palestino disse que vídeo foi encontrado no telefone de um paramédico que foi morto
Palestian Red Crescent Society
Segundo o chefe da UNOCHA para a Palestina, Jonathan Whittall, os profissionais de saúde foram mortos no dia 23 de março após irem até o local para um atendimento médico. Entre os trabalhadores estavam paramédicos do Crescente Vermelho Palestino e socorristas da Defesa Civil.
"Estamos os desenterrando ainda com seus uniformes, com as luvas nas mãos. Eles vieram para salvar vidas. Em vez disso, acabaram em uma vala comum", afirmou Whgittall.
A ONU divulgou um vídeo nas redes sociais mostrando os corpos sendo desenterrados. A gravação também mostra veículos sendo retirados em meio aos montes de areia. Segundo Whittall, cinco ambulâncias, além de um veículo da ONU e um caminhão dos bombeiros, foram "esmagados" e "descartados".
Em um comunicado, o movimento da Cruz Vermelha afirmou que o caso representa o incidente mais mortal contra trabalhadores do Crescente Vermelho em qualquer lugar do mundo desde 2017. O órgão condenou o ataque e afirmou que um trabalhador continua desaparecido.
O secretário-geral da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, Jagan Chapagain, afirmou que os profissionais de saúde estavam devidamente identificados.
"Eles eram [trabalhadores] humanitários. Vestiam emblemas que deveriam protegê-los. Suas ambulâncias estavam claramente identificadas. Eles deveriam ter voltado para suas famílias, mas não voltaram", disse.
A organização também pediu respeito às regras do Direito Internacional, que determinam que civis e pessoas em serviços humanitários sejam protegidos em zonas de conflito.
Por outro lado, as ém de outros oito terroristas que faziam parte do grupo terrorista e da Jihad Islâmica.
"Não é de se surpreender que os terroristas estejam novamente explorando instalações e equipamentos médicos para suas atividades", afirmou o porta-voz Nadav Shoshani.
"Quando terroristas agem em uma zona de combate ativa, faremos o que for preciso para proteger nossos civis e tropas", concluiu o militar israelense.
À rede britânica BBC, a porta-voz da UNOCHA, Olga Cherevko, pediu uma investigação completa para apurar o que realmente aconteceu. Ao ser questionada sobre a presença de terroristas no grupo, ela afirmou que trabalhadores de ajuda humanitária e equipes de emergência não devem ser alvos de ataque.
A ofensiva israelense em Gaza
Hamas e Israel haviam firmado um acordo de cessar-fogo na região de Gaza em janeiro deste ano, dias antes da posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Menos de dois meses depois, entretanto, Israel voltou a bombardear Gaza.
O governo de Israel alegou que os terroristas do Hamas violaram o acordo sobre libertação dos 59 reféns que ainda estão sob poder do grupo — Israel estima que 35 deles estejam mortos.
No dia 26 de março, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ameaçou tomar territórios na Faixa de Gaza se o grupo terrorista não libertar os reféns restantes que ainda mantém.
O ministro israelense também ameaçou "expandir as zonas-tampão ao redor de Gaza para proteger as populações civis" por meio de uma "ocupação israelense permanente" dessas áreas.
A guerra entre Israel e o Hamas começou em outubro de 2023, após o grupo terrorista lançar um ataque contra o território israelense. A ação do Hamas resultou na morte de 1.200 pessoas, além do sequestro de mais de 200.
Como resposta, Israel lançou uma grande operação militar em Gaza, que reduziu cidades a escombros e levou o território a uma grave crise humanitária.
Autoridades do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo terrorista Hamas, estimam que mais de 50.000 palestinos morreram em Gaza em quase 18 meses de conflito.




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