Pesquisadores da Unicamp desenvolvem método inovador que reduz emissões de carbono e pode revolucionar o setor de fertilizantes no Brasil
Uma equipe do Instituto de Química da Unicamp desenvolveu uma nova tecnologia para a produção de amônia verde, considerada um avanço significativo rumo à sustentabilidade na indústria de fertilizantes. O estudo, divulgado em julho de 2025, mostra que a produção pode ser feita com menos consumo de energia e impacto ambiental reduzido.
🔬 O que é amônia verde e por que ela é importante?
A amônia é um dos principais insumos na produção de fertilizantes e produtos químicos industriais. Atualmente, é fabricada por meio do processo Haber-Bosch, que consome grandes quantidades de energia e gera altas emissões de carbono por depender de hidrogênio de origem fóssil.
A proposta da Unicamp, por outro lado, utiliza nitrato em vez de nitrogênio atmosférico, reduzindo etapas intermediárias e eliminando a necessidade de produção prévia de hidrogênio — algo inédito até então.
⚗️ Como funciona a nova tecnologia?
A produção é feita via electrosíntese direta, ou seja, com o uso de eletricidade para converter nitrato em amônia. Essa técnica evita o uso de altas temperaturas e pressões, economizando energia e diminuindo o risco de contaminação do solo e da água.
A tecnologia está sendo desenvolvida em parceria com a startup BGEnergy, que já licenciou a patente e pretende escalonar a produção em ambiente industrial.
👨🔬 Quem está por trás da inovação?
O projeto é liderado pelo professor Raphael Nagao, com participação de pesquisadores como Thiago de Morais Mariano, Gabriel Floriano Costa e Manuel Edgardo Gomez Winkler. O estudo teve apoio da Fapesp, da Shell Brasil e da Inova Unicamp.
Segundo os cientistas, essa inovação poderá colocar o Brasil na vanguarda da produção de fertilizantes sustentáveis, reduzindo a dependência de importações e ampliando o uso de hidrogênio verde.
🌍 Impacto ambiental e econômico
Além de mais ecológica, a tecnologia representa um avanço estratégico para o agronegócio brasileiro:
- Reduz custos de produção de fertilizantes
- Diminui a pegada de carbono na cadeia agrícola
- Contribui com os objetivos globais de combate às mudanças climáticas
- Facilita o armazenamento e transporte de hidrogênio, por meio da amônia
✅ Conclusão
A amônia verde brasileira tem potencial para transformar o setor de fertilizantes e reforçar o protagonismo do país em soluções sustentáveis. Com patentes ativas, apoio institucional e interesse da indústria, a inovação desenvolvida pela Unicamp é um exemplo de como a ciência pode impulsionar uma economia de baixo carbono e gerar impacto social e ambiental positivo.
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