Foto: Jonathan Ernst
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Agências de saúde afirmam que não há evidências científicas sólidas que sustentem vínculo entre uso de paracetamol na gestação e risco de autismo

A União Europeia (UE), o Reino Unido e a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiram declarações nesta terça-feira (23 de setembro de 2025) refutando alegações feitas recentemente pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que o uso de paracetamol — comercializado como Tylenol nos EUA — durante a gravidez estaria ligado ao autismo em crianças. As entidades de saúde enfatizam que as evidências sobre essa associação são inconsistentes e não justificam mudanças nas recomendações médicas vigentes.


O que disse Trump

Trump, acompanhado pelo secretário de Saúde Robert F. Kennedy Jr., afirmou na segunda-feira (22) que o uso de Tylenol por gestantes pode estar “associado a um risco muito maior de autismo”. Ele recomendou que mulheres grávidas evitem o uso desse analgésico, salvo em casos de necessidade clínica, como febre. O presidente também sugeriu que vacinas comuns na infância não deveriam ser administradas tão cedo ou juntas.


Posicionamento da OMS e da UE

  • A OMS reforçou que até o momento os estudos que investigam essa suposta ligação entre paracetamol na gravidez e autismo não são conclusivos. A organização pediu cautela para que não se tirem conclusões precipitadas.
  • A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) declarou que não há evidências novas que justifiquem alterações nas orientações atuais sobre uso de paracetamol durante a gravidez. Segundo a EMA, o medicamento pode continuar a ser usado, quando necessário, em doses baixas e com orientação médica.
  • O regulador de saúde do Reino Unido também reafirmou a segurança do paracetamol em gestantes, seguindo práticas médicas já estabelecidas.

Reações e riscos percebidos

Organizações médicas, entidades de defesa dos direitos de pessoas com autismo e institutos de saúde criticaram as declarações de Trump, classificando-as como alarmistas e cientificamente infundadas. Alguns apontam o potencial dano de desencorajar gestantes de usarem medicamentos seguros quando realmente necessários.

A empresa fabricante do Tylenol também se posicionou, dizendo que o paracetamol é considerado uma das opções mais seguras para gestantes, quando usado conforme indicação médica, e alertou para os riscos de não tratar quadros como febre, que também podem trazer complicações para mãe e bebê.


Importância para saúde pública

O debate traz à tona temas centrais na saúde pública:

  • equilíbrio entre precaução e evidência científica
  • necessidade de informações claras para gestantes sobre uso seguro de medicamentos
  • papel fundamental das agências reguladoras em comunicar riscos e benefícios com base em estudos robustos e replicáveis

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