Bombardeio atingiu Kiev e várias regiões; menina de 12 anos está entre as vítimas. Polônia chegou a acionar caças por risco de transbordamento do conflito
A Ucrânia sofreu, na madrugada deste domingo (28), um dos bombardeios mais longos e intensos desde o início da guerra. Segundo o presidente Volodymyr Zelensky, a Rússia lançou cerca de 500 drones de ataque e mais de 40 mísseis ao longo de 12 horas, com alvos em Kiev e nas regiões de Zaporizhzhia, Mykolayiv, Odesa, Sumy, Chernihiv e Khmelnytskyi. Pelo menos quatro pessoas morreram — entre elas uma menina de 12 anos — e dezenas ficaram feridas.
De acordo com autoridades ucranianas, a defesa aérea interceptou a maioria dos alvos, mas mais de 100 estruturas civis foram danificadas apenas na capital. Em Kiev, bairros residenciais e um edifício de cinco andares sofreram destruição parcial, e abrigos no metrô voltaram a lotar durante a madrugada.
A ofensiva combinou mísseis balísticos e de cruzeiro com enxames de drones, estratégia que sobrecarrega os sistemas antiaéreos. Em Zaporizhzhia, ao menos 27 pessoas ficaram feridas, incluindo três crianças; na capital, mortos e feridos se concentram em áreas civis. O Kremlin afirmou ter mirado alvos militares, enquanto Kiev classificou a ação como “terror deliberado contra civis”.
Os impactos foram sentidos também nos países vizinhos. A Polônia acionou caças e restringiu temporariamente trechos do espaço aéreo por precaução, diante do risco de violação de fronteira por mísseis ou drones errantes. Nações nórdicas reforçaram a vigilância no Báltico após relatos de incursões de drones.
Zelensky renovou os apelos por sistemas adicionais de defesa antiaérea e por pressão internacional mais dura contra Moscou. Analistas destacam que a intensificação dos ataques aéreos nas últimas semanas busca desgastar a infraestrutura energética e logística ucraniana antes do inverno.